30/08/07

Sobre as Escolas e os Campeonatos

Qualquer iniciativa que vise a exploração comercial e transformação dos "desportos de ondas" em produtos de consumo é sempre questionável, e do meu ponto de vista reprovável. Surfar é algo que não se vende, é algo que não é um produto de consumo, é um prazer que se aprende, mas não se ensina, é uma filosofia de vida e não uma competição medidas em pontos e em número de manobras. Surfar é acima de tudo uma arte de correr Vagas de Mar e como arte que é está mais perto da poesia visual e da dança do que do desporto. As escolas e os campeonatos pouco ou nada têm de lúdico e apenas fazem parte de um negócio que não visa servir alguém, mas sim converter o acto de surfar em algo vendável.

Surfar é algo que não se paga para aprender, mas sim que se transmite com amizade àqueles com os quais nos identificamos. É também algo que se apreende sozinho por sentimento, emoção e vontade de evolução e superação pessoal.

Surfar é algo que não pode ser medido em pontos, e que se deturpa quando é usado como forma de vender algo e de promover comportamentos de consumo.

8 comentários:

Altar Mar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Altar Mar disse...

Para que não se fique a pensar que elimino comentários que me são desfavoráveis, fica aqui a referência que o comentário anteriormente removido foi colocado por engano pelo autor deste blog.

Anónimo disse...

Olá,

Já viste que pelo facto de estares e seres tão "amargo" nos teus comentários e nas tuas respostas (inclusivé apagar comentários num blog que se diz educativo), já não tens ninguém a comentar-te. O verdadeiro Soul Surfer está um bocado a "cagar-se" para certas cenas que tu tanto defendes.

Cool... sê feliz.

Altar Mar disse...

Olá anónimo.

Em primeiro informo-te que não apago comentários, pois o comentário a este texto que foi apagado era meu. No máximo o que já aconteceu foi ter recusado a publicação de um (e apenas um em odo o blog) comentário que por ser ofensivo e pouco educado me achei no direito de não publicar.

Quanto a ser amargo, limito-me a retratar a realidade nua e crua sem a mascarar com os usuais coloridos efeitos usados pelo "surf business" que apenas servem para vender o "surfing life style". Caso encontres no que tenho escrito até agora alguma mentira agradeço-te que me elucides sobre a verdade dos factos, pois também eu tenho o direito de errar.

Relativamente à quantidade de comentários ao blog...sempre tive a noção que pelos temas que apresento e pelo tipo de abordagem que destes faço, não iria ter à partida grande aceitação. A minha intenção é passar uma mensagem que de alguma forma faça as pessoas pensar, o que poderá levar a uma mudança de mentalidade e comportamento. Se isso acontecer, mesmo que apenas a uma pequena percentagem de quem lê o Altar Mar, dou por cumprido o meu objectivo.

Por fim e quanto ao facto do "verdadeiro Soul Surfer" se estar a borrifar para as questões que apresento, não tenho a certeza que a tua noção de "verdadeiro Soul Surfer" seja a mesma que a minha, pois na minha noção será sempre alguém consciente e assim sendo dúvido que não se importe com aquilo que se passa no meio onde expressa a sua "arte". Seja como for penso que qualquer um, independentemente de ser ou não um "verdadeiro Soul Surfer" como tu referes se deveria preocupar com certos assuntos, caso contrário será um "Yes Man" que serve apenas para comprar a última colecção da mais famosa marca de óculos de sol estilo surfista.

A felicidade não se atinge com um tipo de pensamento "...deixa anda, deixa estragar...quero lá saber...", mas sim com a preservação daquilo que nos trás felicidade.

Até à próxima e espero que voltes a ler e comentar este blog.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Altar Mar disse...

Novamente o comentário acima que foi eliminado era meu (autor do blog), devido a um erro grave.

Altar Mar disse...

Comentário enviado por email

"Boa noite,

Acabei de conhecer o teu blog e não queria deixar passar sem te dizer o
seguinte.

Compreendo perfeitamente aquilo que sentes, estou empático contigo e
revejo-me quase a 100% naquilo que dizes. Parabéns por teres coragem,
paciência e obstinação para dares voz aquilo que pensas e sentes sobre este tema.

Chamo-me Gonçalo, e não sou um surfista sequer. Iniciei-me este mês no bodyboard depois de andar anos a adiar a experiência por várias razões.

No entanto sei bem do que falas quando falas na industria do surf, no desenvolvimento não sustentável, etc. Foi isso mesmo que me manteve afastado este anos todos. Os meus ideais e princípios de vida não se dão bem com a massificação pelo lucro.

Infelizmente é sempre assim e não só no surf. No meu hobbie de sempre, a música, passa-se o mesmo. Sou guitarrista/baixista há muitos anos, já toquei em muitas bandas e neste meio passa-se o mesmo que no surf e nos demais. Guitarras novas todos os anos, novas features sem sentido nenhum todos os meses, etc. Não para que toquemos melhor, mas sim para que gastemos mais.

Enfim. Isto é uma forma, ainda que mal organizada, de te congratular pela iniciativa, é também um desabafo e é para saberes que não estás sozinho. Ainda sou novo no surf, mas se descobrir uma onda secreta, só te a revelarei a ti, pois estará segura.

Cumprimentos,

Gonçalo""

Faria disse...

As escolas de surf aumentam o crowd de certo, mas mais a curto prazo, colocando dentro de àgua pessoas com gosto pelo mar e outras com menos gosto pelo mar. Os verdadeiros "aprendizes da arte de correr as ondas" continuam a prática por tempo indefenido, são como que filtrados pelo tempo, pela experiência e pela vontade. É verdade que as escolas massificam o Surf e esse é um facto infeliz, mas acontece que o processo de filtração social que a arte de surfar implica afasta da àgua os práticantes menos "adeptos", menos ligados, menos apegados, de certa forma pouco viciados! Sendo este um factor normalizador da situação social dentor de água! A exploração comercial do surf que as escolas presupõem considero ser, de certa forma normal,não tando com isso a elogiá-la, mas antes a aceita-la! Os artistas em geral (não me refiro aos surfistas/professores enquanto conhecedores de uma "arte")também são obrigados a vender um produto cujo valor e motivação reside mais na finalidade imediata da sua feitura, produção, que é a criação, do que na finalidade mediata que é o pagamento!Dar a conhecer umaa arte ultrapassa a mera remuneração ou lucro!Muitas vezes os artistas precisam do dinheiro para dar continuidade á sua actividade artística o que não é o mesmo do que dar continuidade a um simples ofício. Quero significar que embora não imbuído naquele espírito de "surf busines" (longe disso) considero que o dinheiro vem por acréscimo! Ele
não é de todo o fim tido em vista pelos profeesores/surfistas! No entanto é verdade que a nossa sociedade funciona em função do dinheiro, logo os negócios também atingem o surf! Neste caso em concreto as casusas que ligam uma pessoa a este negócio transcedem essa relação de depência financeira!As escolas, na minha opinião, são mais uma moda, mais um apêndice de um
"life style" do que propriamente um negócio! Elas acabarão, junto com as suas más componentes; por ser filtradas tal como os surfistas levianos e passageiros e todo o "moranguismo" envolvente, resultando isso no enfraquecimento do seu impacto e mediatismo, de certa forma negativo!As boas escolas, com boas e desinteressadas iniciativas perdurarão e terão merecidamente lugar no mundo do surf, porque considero, o que não foi felizmente,(sublinho)o meu caso, existirem verdadeiros surfistas, com gosto pelo mar e pela natureza que tem ou tiveram apenas possiblidade de iniciar o surf mediante a inscrição numa escola de surf! Afinal estas escolas tornam o surf democrático, destes ambientes nascem surfistas de alma e coração,tão importantes na veiculação do "espírito soul surfer"! é importante não descurar e absolutizar a negatividade de coisas um tanto um quanto normais e correntes, portanto nem sempre negativas!Embora não defensor da acção das escolas de surf (não meteria numa um filho meu), acho que elas são tão correntes como banais, não representando nada de mau e condenável em si mesmo.