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Críticas ao Altar Mar: umas construtivas outras meramente destrutivas...
Quando criei estre blog sabia que iria sofrer bastantes críticas. Basicamente estas vêm de dois lados: por um lado do "Surf Busines", por outro de pessoas que foram durante anos "educadas" e condicionadas por esta indústria de forma a terem opiniões que favorecem o florescimento deste negócio.
A principal crítica que me é feita baseia-se no facto de que se não fosse pelas revista e pela indústria ninguém surfava, a começar por mim, logo e segundo esta lógica, não posso criticar pois sem o "magnífico Surf Busines" nada existiria. Visto que o ataque é quase sempre pessoal respondo também pessoalmente que quando comecei a surfar em 89 não havia revistas de BB em Portugal (pelo menos que conhecesse na altura) e que a minha iniciação a esta arte de correr ondas foi feita através de um amigo que tinha uma prancha, bem como através do entusiasmo de ver na praia outras pessoas a surfar. Estas duas situações fizeram-me abandonar o SkimBoard (a minha primeira paixão de praia aos 12/13 anos) e abraçar o BB até hoje. No meu caso pessoal não comecei a surfar devido a nenhuma influência artificial criada pelo "surf Busines", mas sim pelo simples facto de gostar de praia e de mar.
Mesmo quem começou a surfar por influência de uma revista ou afins tem todo o direito de apontar o dedo a situações que considera erradas e só quem não tem sentido crítico não questiona a forma como actualmente esta indústria se aproveita daqueles que partilham uma paixão desinteressada pelas ondas, não respeitando inclusivé os consumidores que a sustentam. Só quem não se sente como fazendo parte integrante da Natureza, daquela praia ou pico onde costuma surfar pode ficar indiferente ao aproveitamento que revistas, fotógrafos e marcas exercem sobre essas ondas sem que retribuam algo em troca. O que fazem as grandes marcas quando uma onda está ameaçada de destruição por uma marina? O que fazem as grandes marcas, que até já estão representadas na Bolsa de Valores, perante os problemas ambientais que nos afectam a todos e também aos seus consumidores? Que retorno dão ás praias, ao mar e ás ondas as revistas que tanto as exploram e expôem aumentando a pressão humana sobre certas zonas com o inevitável aumento de lixos e destruição da paisagem pela constante passagem de carros cheios de "desportistas radicais"? Penso que a resposta é óbvia, e tendo em conta os lucros astronómicos que os visados têm era de esperar algum tipo de retorno ou contribuição verdadeiramente útil e positiva.
Por fim o facto de necessitarmos de fatos e pranchas para surfar, não nos torna lacaios desta indústria, uma vez que não nos é feito favor nenhum visto que pagamos (e bem caro!) por todos os produtos que utilizamos. A indústria necessita mais dos seus consumidores do que os consumidores da indústria. Se não tiver uma prancha nova para surfar, vou ao mar com uma das antigas que tenho guardadas, simultâneamente há muitos anos que deixei de comprar revistas e surfwear...
Espero ter respondido a algumas críticas que me foram feitas.
P.S: Todas as criticas e comentários são bem-vindos e serão publicados, excepto aqueles que sejam ofensivos. Viva a liberdade de expressão!