26/02/07

Sobre Algumas Críticas ao Altar Mar


Críticas ao Altar Mar: umas construtivas outras meramente destrutivas...

Quando criei estre blog sabia que iria sofrer bastantes críticas. Basicamente estas vêm de dois lados: por um lado do "Surf Busines", por outro de pessoas que foram durante anos "educadas" e condicionadas por esta indústria de forma a terem opiniões que favorecem o florescimento deste negócio.

A principal crítica que me é feita baseia-se no facto de que se não fosse pelas revista e pela indústria ninguém surfava, a começar por mim, logo e segundo esta lógica, não posso criticar pois sem o "magnífico Surf Busines" nada existiria. Visto que o ataque é quase sempre pessoal respondo também pessoalmente que quando comecei a surfar em 89 não havia revistas de BB em Portugal (pelo menos que conhecesse na altura) e que a minha iniciação a esta arte de correr ondas foi feita através de um amigo que tinha uma prancha, bem como através do entusiasmo de ver na praia outras pessoas a surfar. Estas duas situações fizeram-me abandonar o SkimBoard (a minha primeira paixão de praia aos 12/13 anos) e abraçar o BB até hoje. No meu caso pessoal não comecei a surfar devido a nenhuma influência artificial criada pelo "surf Busines", mas sim pelo simples facto de gostar de praia e de mar.

Mesmo quem começou a surfar por influência de uma revista ou afins tem todo o direito de apontar o dedo a situações que considera erradas e só quem não tem sentido crítico não questiona a forma como actualmente esta indústria se aproveita daqueles que partilham uma paixão desinteressada pelas ondas, não respeitando inclusivé os consumidores que a sustentam. Só quem não se sente como fazendo parte integrante da Natureza, daquela praia ou pico onde costuma surfar pode ficar indiferente ao aproveitamento que revistas, fotógrafos e marcas exercem sobre essas ondas sem que retribuam algo em troca. O que fazem as grandes marcas quando uma onda está ameaçada de destruição por uma marina? O que fazem as grandes marcas, que até já estão representadas na Bolsa de Valores, perante os problemas ambientais que nos afectam a todos e também aos seus consumidores? Que retorno dão ás praias, ao mar e ás ondas as revistas que tanto as exploram e expôem aumentando a pressão humana sobre certas zonas com o inevitável aumento de lixos e destruição da paisagem pela constante passagem de carros cheios de "desportistas radicais"? Penso que a resposta é óbvia, e tendo em conta os lucros astronómicos que os visados têm era de esperar algum tipo de retorno ou contribuição verdadeiramente útil e positiva.

Por fim o facto de necessitarmos de fatos e pranchas para surfar, não nos torna lacaios desta indústria, uma vez que não nos é feito favor nenhum visto que pagamos (e bem caro!) por todos os produtos que utilizamos. A indústria necessita mais dos seus consumidores do que os consumidores da indústria. Se não tiver uma prancha nova para surfar, vou ao mar com uma das antigas que tenho guardadas, simultâneamente há muitos anos que deixei de comprar revistas e surfwear...

Espero ter respondido a algumas críticas que me foram feitas.

P.S: Todas as criticas e comentários são bem-vindos e serão publicados, excepto aqueles que sejam ofensivos. Viva a liberdade de expressão!

12/02/07

Sobre as Ondas no Feminino


Ilustração digital sobre foto de Monica Bellucci. Penso que não surfa, e não tenho a certeza que goste de mar, mas é linda...como uma onda.
Ilustração: Homem do Mar


Uma namorada que surfásse fazia parte do meu imaginário de adolescente.
Hoje em dia continuo a admirar as mulheres que vão ao mar. Sei que nem todos os homens pensam assim, mas para mim a presença feminina na água é algo que tráz uma nova côr a um ambiente já de si extremamente belo. Deixo este espaço aberto para todas as mulheres que veêm no mar e nas ondas uma fonte de inspiração e que queiram contribuir de forma especial neste blog.

Senhoras deixem aqui o vosso ponto de vista...

07/02/07

Sobre os "SurfMedia" e a sua acção negativa - Parte I


Um exemplo da acção dos Surf Media na California...Portugal irá pelo mesmo caminho.

Existe uma relação directa entre os "SurfMedia" e o aumento do crowd. Cada vez que uma onda ou praia aparece numa revista, filme ou internet aumenta o número de potenciais interessados em surfá-la. Se essa onda for totalmente desconhecida passa a ser cobiçada por todos aqueles que dela tiveram conhecimento, muitas vezes numa tentativa de busca de fama e glória resultado de terem sido os primeiros, ou quase os primeiros a "desvirgindá-la". Se a onda já é conhecida e tem os seus poucos frequentadores habituais torna-se então palco de um conflito de interesses entre aqueles que a surfavam anteriormente à sua exposição pública e os recém chegados, que sem qualquer ligação geográfica ou legitimidade prévia se acham no direito de poder disputar no pico as melhores da série.

Exemplos concretos: a zona onde vivo e surfo é sem dúvida uma das mais desejadas do país e por isso fortemente exposta aos média, o que faz com que ano após ano mais pessoas a tenham como destino principalmente nos dias de vento leste, o resultado é um aumento em espiral do crowd e do mau ambiente dentro de àgua, com uma quantas figuras a querem mandar sobre algo que não têm direito algum, o que acarreta as já conhecidas consequências. Outro exemplo é Paço d'Arcos que até 98 era um secret, onde era possivel surfar ondas cruzadas com o máximo de 5 bodyboarders na àgua. Era quase um sonho, uma onda tão boa e tão perto da marginal passar quase totalmente despercebida. Durante mais de um ano sempre que podia e que as condições eram favoráveis deliciei-me com aquelas rampas magníficas. Porém o sonho acabou quanto na Vert foi publicada a primeira foto deste pico com a legenda "Paço d'Arcos, um pico muito cómodo". Logo após esta publicação, entrou uma ondulação perfeita para esta pequena praia, que nesse dia passou do normal de 5 para 27 bodyboarders na água. Literalmente de um dia para outro este pequeno paraíso tornou-se num grande inferno, com cenas de pancadaria ao melhor nível. Hoje é daqueles sítios que não faço grande questão de surfar...Neste caso concreto o fotógrafo Ricardo Bravo e a revista Vert são directamente os responsáveis, uma vez que de forma totalmente negligente acabaram com mais um local onde era possivel surfar harmoniosamente.

Cada vez que compramos um revista ou um filme, o que estamos a fazer não é mais do que financiar monetáriamente projectos que mais tarde ou mais cedo acabam por nos prejudicar. Quem financia estas iniciativas está no fundo a dar uma autorização aos seus mentores para que voltem a fazer o mesmo que fizeram em Paço d'Arcos. Da próxima vez que um fotógrafo for a vossa terra já sabem o que vem a seguir...(a continuar brevemente)

P.S: neste tópico abro uma excepção e refiro o nome de uma onda, de modo a poder ilustrar e dar sentido ao mesmo. Esta será uma das raras excepções em que tal acontecerá.