30/03/09

"Fogo" Anti-Comercial

Será este o Ínicio de uma Nova Mentalidade?

"‘Fire’ is an anti-commercial, spiritual insight into the art of wave riding that aims to unite surfers of all forms, and even non-surfers."
in http://www.tsunamimag.com/articles/mike-stewart--fire.html

O recente filme de Mike Stewart é considerado pela critica como algo anti-comercial, não apenas não-comercial, mas anti-comercial, ou seja, como algo que se insurge contra o comercialismo existe neste meio aquático. Fico na dúvida se este anti-comercialismo será genuíno ou apenas mais uma forma comercial de vender a "
art of wave riding". Acreditando que é genuíno será uma importante chama na construção de uma nova mentalidade que assume o acto de correr Vagas de Mar como algo de espiritual e muito mais extenso do que o simples desporto, moda, tendência ou negócio. Quem entende o que é algo anti-comercial facilmente entenderá a necessidade de mudança de mentalidades e atitudes implicita no conceito, o que na sua aplicação prática divide os conceitos comercial e soul, apontando-os como conceitos opostos.

A ser verdade Mike Stewart poderá deixar de ser um mero 9x campeão do mundo de Bodyboard para se tornar em algo maior. Talvez num futuro admita publicamente que toda esta panafernália de competições, de marcas e de show-off não passam de coisas sem valor. Este seria um acto de coragem equiparado (ou quiça maior) ao de enfrentar as maiores e mais pesadas Ondas do planeta.

Quem sabe se ainda o convido para participar aqui neste blog...

PS: não vi nem comprei o filme. O trailer está no youtube e é grátis.

15 comentários:

Mr Charles disse...

"mero" 9x campeão do Mundo? Gimme a break...

Altar Mar disse...

Cada um tem os seus valores e uma escala onde os inclui. Na minha escala de valores as "vitórias" relacionadas com a competição são algo insignificante. Existem outros valores bem mais importantes que 9x campeão do mundo seja no que for.

Perante tão importante "notícia anti-comercial" seria de esperar uma reacção e comentário diferente... O que dirias a alguém que admitisse publicamente que as suas (9) vitórias mundiais não são nem de perto nem de longe o ponto importante de uma vida ligada ao Mar.

Sem querer especular acho que o Mike está a passar para o lado oposto ao "dark side of the force". Em breve outros farão o mesmo...

Mr Charles disse...

Camarada, mesmo que o homem considere que os 9 títulos mundiais são o menos importante, e até percebo isso, de um determinado ponto de vista (e a diferença entre nós é que admito o teu ponto de vista como mais um da complexa simplicidade do acto de surfar), há que reconhecer que Mike Stewart é quem é muito por culpa desses 9 títulos.

Eu lido diariamente com desporto, profissionale amador, com variadíssimas modalidades, e digo-te que não há muitos atletas que se possam gabar de ter 9 títulos mundiais. E nenhum (e creio que não abuso dizer que Mike Stewart também não o fará) menospreza essas conquistas.

Agora dirás que a maior conquista é sobre si próprio, que o mar não se conquista, sei lá, o que quiseres. Mas o Mundo leva isso em consideração.

PS: Gosto da maneira como pensas e até me revejo em alguns aspectos da tua visão. Mas não concordo com a forma unívoca com que vês "isto". Porque, ironicamente, acaba por ser redutora. E acho que o que pretendes é exactamente o contrário.

Boas Ondas

Altar Mar disse...

A "minha visão", felizmente partilhada por outros que pensam como eu, assume-se como um ponto de vista plural que olha para este contexto de uma perspectiva totalmente diferente da actualmente difundida nos "surf-media", que tendem a reduzir o acto de surfar ao mero desporto competitivo ou em opção a um circo para distrair as massas, visando em ambos os casos o negócio e exploração comercial de surfar e das Ondas. Ou se ganha o campeonato ou se ganha o prémio da maior Onda surfada, sempre com uma qualquer marca a patrocinar o (e)feito. Isto sim, é redutor ainda que aparentemente se apresente como algo prá frentex. Há que distinguir o trigo do não-trigo.

Eliminando o lado comercial da nossa vida de corredores Vagas, abrem-se toda uma série de portas e percepções livres de qualquer tipo de condicionalismo.

Que o mundo "moderno e civilizado" apenas olha para $$$ e tende a não considerar todo o resto é um facto. Cabe a cada um de nós inverter essa tendência nos diversos e possiveis aspectos na nossa existência. Em breve vou escrever sobre isto e sobre a diferença entre os coiotes os cães de guarda,

Até a próxima.

Altar Mar disse...

A "minha visão", felizmente partilhada por outros que pensam como eu, assume-se como um ponto de vista plural que olha para este contexto de uma perspectiva totalmente diferente da actualmente difundida nos "surf-media", que tendem a reduzir o acto de surfar ao mero desporto competitivo ou em opção a um circo para distrair as massas, visando em ambos os casos o negócio e exploração comercial de surfar e das Ondas. Ou se ganha o campeonato ou se ganha o prémio da maior Onda surfada, sempre com uma qualquer marca a patrocinar o (e)feito. Isto sim, é redutor ainda que aparentemente se apresente como algo prá frentex. Há que distinguir o trigo do não-trigo.

Eliminando o lado comercial da nossa vida de corredores Vagas, abrem-se toda uma série de portas e percepções livres de qualquer tipo de condicionalismo.

Que o mundo "moderno e civilizado" apenas olha para $$$ e tende a não considerar todo o resto é um facto. Cabe a cada um de nós inverter essa tendência nos diversos e possiveis aspectos na nossa existência. Em breve vou escrever sobre isto e sobre a diferença entre os coiotes os cães de guarda,

Até a próxima.

Mr Charles disse...

Sim, apesar de não concordar totalmente contigo, acho que a tua visão faz falta. Mas, repito, a tua intolerância para com o lado comercial penalizaa-te. O capitalismo existe, é incomtornável. A questão é saber utilizá-lo a nosso favor. A melhor maneira de proteger as ondas e o nosso desporto ou actividade, como lhe quiseres chamar, é saber, repito, usá-lo.

Altar Mar disse...

O capitalismo aplicado aos diversos contextos acaba por ter sempre consequencias pouco desejaveis. A crise mundial actual (tenha sido ela fabricada ou consequência da actividade económica desregulada com vista ao lucro sem olhar a meios) é a prova disso. Mas isso é outro assunto (e também fora do contexto deste blog), simultaneamente não me identifico nem com o capitalismo nem com a sua congenere vermelha de esquerda.

A minha intolerância para com o lado comercial é exactamente igual à intolerancia do lado comercial para o com a faceta "espiritual" de surfar. Muito embora o business tente fazer do soul mais um produto de comsumo, nunca o irá conseguir, pois há coisas que não estampam em t-shirts e que não se põem dentro de pranchas como uns "flat stringers". Há coisas que têm de ser vividas para ser entendidas.

Compreendo perfeitamente que a maior parte de quem lê este blog não entenda bem aquilo de que falo (como por exemplo do "Culto do Olho Mistico"), pois eu próprio também tenho que fazer um esforço adicional, para no meio do frequente rebuliço que é surfar, me conseguir abstrair totalmente de uma forma mais profunda.

Quanto ao usar o capitalismo do surf/bodyboard (são exactamente iguais, apenas o do bb carece da visibilidade e dos dos extra dólares que tanto deseja para si,) em favor da protecção das Ondas e assuntos relacionados é a "proposta de revolução" que faço no texto anterior. Espero que se torne uma realidade e que a industria passe a servir e não meramente a usar-nos como actualmente. Engane-se porém quem pense que a simples realização de campeonatos é a solução para estas questões, pois não resolve nada só por si.

Há quem goste de comer laranja com casca, outros preferem apenas os gomos e ainda outros apenas o sumo, todos julgam escolherem a melhor opção...

...viva a liberdade de pensamento e de decisão.

E viva o MS!

Mr Charles disse...

"E viva o MS" eu bem digo que temos mais a unir-nos que a separar-nos. Boas ondas.

Altar Mar disse...

O caso do MS poderá tornar-se similar ao do Miki Dora, que nos anos 60 foi um dos pioneiro do surf moderno, participando em vários campeonatos. Algum tempo mais tarde percebeu o podre em que se baseava a lógica comercial daquilo que tinha ajudado a criar e revoltou-se contra o surf system e partiu para parte incerta em busca da verdadeira alma das Ondas.

Morreu em 2002, mas continua vivo e a surfar algures. "Da Cat is Alive"

HEM disse...

SOUL????:

http://www.mikestewart.com/
"$29.99+$4.95. BUY NOW!"

SOUL!!!:

http://theslip.nin.com/
"Free Download"

SOUL!!! (este ganha o primeiro prémio, pois abdicou, no pico da sua carreira, todo o circo, para o usar em proveito dos seus ideais:

http://en.wikipedia.org/wiki/Terje_Haakonsen

Um abraço,
Speakleash

Altar Mar disse...

HEM, como disse no texto:

"Fico na dúvida se este anti-comercialismo será genuíno ou apenas mais uma forma comercial de vender a "art of wave riding""

Pode ser apenas fachada ou um pequeno início para uma nova forma de olhar para as Ondas.

Fica aqui um misto de incerteza e ironia em relação ao assunto, mas seria interessante e bombástico ver o MS a receber uma "taça de campeão" e a dizer: This is nothing...I quit the comercial way of surfing. No more photos in Mags. Comercialism Sucks. Long Live the Soul!

Abraço.

Anónimo disse...

Olá,

Não dou valor ao soul surf, mas às competições.

Gosto mais do mar que tu.

um abraço

Altar Mar disse...

Perante a tua opinião apenas me resta retirar-me para o meu ermitário e encerrar este blog. Blogs como este deviam ser mesmo proibidos.

Parabéns pelas tuas vitórias. Acredito que devem ser muitas.

Anónimo disse...

...joio.

Altar Mar disse...

Anónimo,

Fico na dúvida se a referência "...joio" se refere ao meu texto e ao visado, se a mim próprio como autor do mesmo.

Independentemente da significado da referência em causa (que neste caso é pouco importante), o que interessa é que tenhas um espírito critico em relação ao que aqui lês e que tires as tuas próprias conclusões de uma forma livre e descomprometida.