17/03/07

Sobre a Divulgação de Ondas Desconhecidas - Parte I

Dedicado a ti desconhecido que sabes guardar em segredo as ondas que encontrares...

Num mar cada vez mais sobrelotado
a preservação algumas ondas desconhecidas é um acto de consciência que nos permite encontrar um ocasional refúgio que se pode partilhar com aqueles com quem realmente gostamos de surfar.

A importância dos chamados "secrets" é cada vez maior para todos os que buscam no surfar um prazer supremo e único, cabendo-lhes por isso a, quase, obrigação de os proteger. Não me refiro à prática constante de um localismo violento e agressivo, mas acima de tudo a uma acção constante e dissuadora que de uma forma efectiva impeça esta divulgação. É realmente triste termos que conviver com pessoas, que estando no mar, têm a constante preocupção em mostrar as suas conquistas e descobertas de modo a poderem ser reconhecidas públicamente. Uma onda não é à partida propriedade privada de ninguém, mas será certo que quem a frequenta regularmente ou vive numa determinada zona deva ver respeitada a sua opção em não divulgar essas mesmas ondas. Esta é uma situação que todos nós devemos respeitar, principalmente no que diz respeito aos "surf media". Ben Severson, um dos pioneiros do Bodyboard e um dos primeiros a surfar Teahupo, hoje afirma que essa foi a última vez que levou um fotografo para surfar uma onda desconhecida.

Agradeço a todos os que ainda mantêm desconhecidas as ondas que surfam e também a todos os outros que sabem respeitar esta opção. A todos os que em posse de um segredo resistem à tentação do divulgar ao mundo. Uma onda é algo que se partilha com alguém que respeitamos e que nos respeita e não uma vulgar coca-cola que se serve num vulgar restaurante de comida rápida barata a todos os que aparecem. Tenho profunda pena de quem não consegue entender este conceito, pois revela a limitação da sua visão das ondas.

Agradeco-te a ti desconhecido por saberes respeitar esta opção e sê sempre bem-vindo...